Chanuka
Tudo que existe no nosso mundo tem uma raiz spiritual. Raiz que provoca e movimenta nosso comportamento, pensamentos e atitudes. Os diferentes eventos que vivenciamos, e tudo que possa passar pela nossa imaginação.
A sabedoria da kabbalah vem nos mostrar a beleza da realidade, a mágica que é revelada àqueles que alcançam o mundo superior.
Mundo que pode ser alcançado por qualquer um que tem o interesse em saber por que nossa vida é dirigida da forma que nos olhos a vêem. Um mundo através do qual podemos ver os motivos dos processos que participamos. Um mundo que se abre diante das pessoas que o alcançam, e oferece possibilidade de ter controle sobre suas vidas conscientemente, e sentir prazer superior, cujo valor é maior do que eles experimentaram durante suas vidas.
Quem se conecta com aquele mundo o percebe como real, e consegue descrevê-lo na sua própria linguagem, da mesma forma que sente o mundo real.
Se você vê uma flor bonita e seu amigo também, e possível que cada um de vocês se impressione de forma diferente, por exemplo, você pode se encantar com a sua beleza, e seu amigo do aroma dela, mas os dois vão concordar que estão falando de uma flor grande vermelha da família das rosas.
Da forma parecida nos relata quem já se conectou com o mundo eterno, o que viu lá, numa linguagem que só vai compreender quem está no mesmo lugar e viu o mesmo.
No mundo espiritual não há flores. Nele há desejos que o homem descobre numa ordem exata. Todos que alcançam o mundo superior subindo os degraus da espiritualidade encontram as mesmas escadas que seus antecessores passaram por elas.
O ciclo do desenvolvimento espiritual é chamado “Shanah “ (Ano),por que em cada degrau o homem se depara com os mesmos desejos,mas de forma mais profunda e clara, que o auxiliam a entender melhor a si mesmo.
Assim passa o mekubal que investiga seus desejos, por 6000 anos de desenvolvimento ate alcançar seu objetivo. E consegue receber todos os prazeres que estão ao alcance de um ser humano.
Como estamos falando de desenvolvimento interior que não depende do tempo no mundo real, estes 6000 anos possam ser vivenciados em 5 ou 10 anos do tempo real.
Durante esses anos ele depara com situações fixas de revelações, que o auxiliam a subir de degrau em degrau. Estas situações foram chamadas pelos mekubalim de “Chaguim Moadim e Shabatot" ( dias de festas e Shabat.)
As festas e Shabatot reais que conhecemos,foram determinadas pelos mekubalim,para possibilitar àqueles que ainda não alcançaram os degraus da espiritualidade, realizar operações idênticas às do mundo espiritual, em vida e com o corpo real que eles têm neste mundo.
Por isso comemoramos anualmente as festas e semanalmente shabat.
E assim o mekubal pode estar no seu interiror em estado de Pesach, apesar de ser em tempo real um dia qualquer.
Entre as várias festas consideramos Purim e Chanuka muito especiais. E para isso há vários motivos:
Primeiramente as duas festas não aparecem escritas na Tora.
Segundo dizem a respeito delas que após a correção final, só vamos comemorar estas duas festas.
Terceiro as duas festas são ligadas diretamente à correção e construção do beit hamikdash (templo sagrado).
O significado espiritual do beit hamikdash é o lugar que nos conecta com o mundo espiritual.
A destruição do templo significa o rompimento entre o Criador e a criatura. Esta ligação que os mekubalim se esforçam em restabelecer.
Podemos dividir o trabalho espiritual em dois:
Na primeira fase a Criatura aprende superar seu caráter egoísta e conseguir um meio de comunicação com o espiritual, que é chamado Kli de Hashpaa (influência) - é a fase de correção.
Depois na segunda fase, ela pode receber prazeres sem fim do kli de hashpaa que adquiriu. Esta fase se chama MILUI (Preenchimento)
Uma pessoa com sêde segura um copo quebrado, primeiramente tem que concertá-lo, depois encher com água e depois beber. Assim também faz quem sente o rompimento espiritual, ele é obrigado a restabelecer a conexão antes de sentir o imenso prazer que ela oferece.
Chanuka é a festa que marca o alcance do kli de hashpaa (influência). É uma festa espiritual que pertence à primeira parte do trabalho-a correção, a primeira parte da guerra espiritual. Por isso podemos dividir o nome em duas partes: chanu e ka. Como uma insinuação a uma parada, que o Criador realiza na jornada espiritual após o concerto do kli e antes do preenchê-lo (em hebraico chana=estacionou).
É considerada uma parada, por que nessa fase a criatura recebe a correção chamada “chefetz chesed” que lhe dá o poder de resistir e negar todo as más influências (iscas), e preservar a ligação contínua com o mundo espiritual. Então ela pode descansar e armazenar forças para continuar a jornada.
As velas de Chanuka simbolizam a luz dos “chasadim”(boas ações) com que a pessoa é agraciada por alcançar uma ligação espiritual. Esta luz aumenta mais e mais no decorrer dos dias da festa, por isso acrescentamos uma vela a mais diariamente.
E por este motivo acendemos as velas de Chanuka num lugar bem iluminado,e não devemos aproveitar sua luz para iluminar. Conforme esta escrito “apenas para vê-las”
O que festejamos abertamente, brota de situações e forças que desenvolvem entre eles uma relação composta no nosso interior. Cada pessoa pode encontrar esta força no seu íntimo.
Israel é a força interior que teima em chegar diretamente “Iashar”- ao objetivo espiritual, e saber qual é o motivo da existência do mundo.
Os Gregos são as forças que contrariam a evolução espiritual da pessoa. Elas dizem a ele que não é lógico ir contra as leis da natureza e se conectar com o mundo superior.Eles argumentam que não há nenhuma prova racional. Eles enfraquecem a forca do Iashar-el que há dentro de nos com argumentos lógicos, baseados na experiência acumulada do mundo material
As determinacoes dos gregos foram focadas no espiritual. Eles não desejaram aniquilar todos os judeus conforme desejou Haman, mas eles queriam aniquilar a “guisha” dos judeus, a vida. Desejaram colocar estátuas no templo sagrado, e fazer os judeus se ajoelharem diante deles.
Eles não combaterem o mundo real e sim o espiritual. Eles desejaram que o raciocínio lógico vencesse a fé.
Israel que está dentro da pessoa tem que arregimentar, contra os argumentos dos Gregos, a força da fé. Israel diz ao Grego que o Grego tem razão segundo a lógica, mas que Israel acredita que é possível extrapolar as fronteiras da lógica e se conectar com o mundo e os motivos.
Quanto mais prolongar esta batalha, os Gregos se fortalecem, eles superam em numero os Israelim que existem nas pessoas, e podem aniquilar todos a todo momento. Por outro lado quanto menor é a chance de Israel vencer a batalha, mais se fortalece a qualidade de sua fé.
E assim continua a batalha até que parece que a força da fé não vai resistir nem um minuto mais, quando acontece o milagre.
O milagre é aquilo que a pessoa consegue alcançar não apenas com suas forças. É claro para ela que a força superior deu a ela a vivência espiritual.
O milagre de Chanuka é quando o homem consegue se conectar com o que deseja e acredita. E mais aparece para ele, um mundo mais bonito, mágico, de forma nunca imaginável. E aí ele vê o quanto o caminho interior de ISRAEL (iashr-el) é certo, e por que deve segui-lo também na sua própria evolução.
A minoria que consegue vencer a maioria são os chashmonaim. Esta é a principal guerra dos sacerdotes (coanim). Os desejos mais puros da pessoa que foram designadas ao trabalho sagrado, para se aproximar da força da influência. Quando a força dos sacerdotes lidera a caminhada, junta-se a eles todo o povo, os outros desejos de ISRAEL, mas o principal trabalho na luta pelo espiritual recai sobre a minoria que se encontra na ponta da pirâmide espiritual, o Matitiu, o sacerdote e seus filhos.
É a vitória sobre os Gregos que edifica o início da jornada espiritual, que permite à criatura realizar correções. Até chegar a ultima batalha em Purim, batalha na qual ele consegue realizar o objetivo da criação e receber todo o prazer que o Criador preparou especialmente para ele.
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